quinta-feira, 22 de março de 2012

Miami 2012



Considerado por muitos como o quinto Grand Slam, o torneio de Miami é realizado em KeyBiscayne num complexo que não deixa nada a desejar se comparado aos 4 majors. Ao lado destes, o também conhecido como Sony Ericsson Open, é o único com chaves superiores a 64 jogadores em simples: são 96 competidores no masculino e também no feminino, e mais 32 duplas em cada. As premiações beiram os 5 milhões de dólares, também para os homens e as mulheres, e é claro, 1.000 pontos no ranking. A exemplo de Indian Wells é um dos quatro que simultaneamente é ATP Masters 1.000 e Premier Mandatory. Por todos esses motivos, Miami é um dos torneios mais concorridos de toda temporada, sempre com a participação dos tops, e lugar onde a história do tênis é escrita e reescrita todos os anos.


Esse ano grandes campeões de Miami estarão em ação, na ordem de mais títulos eles são:
Serena Williams - 5 títulos (2002, 03, 04, 07, 08)
Venus Williams - 3 títulos (1998, 99, 01)
Roger Federer - 2 títulos (2005, 06)
Kim Clijsters - 2 títulos (2005, 10)
Novak Djokovic - 2 títulos (2007, 11)
Victoria Azarenka - 2 títulos (2009, 11)
Andy Roddick - 2 títulos (2004, 10)
e com 1 título - Andy Murray(2009), Nikolay Davydenko (2008) e Svetlana Kuznetsova (2006)

Como se pode notar os últimos anos foram dominados por poucos jogadores, o que leva a crer que em Miami os favoritos jogam com motivação ainda maior. Entre os jogadores acima apenas Murray e Davydenko nunca venceram um Grand Slam. Há uma ausência célebre nessa lista de campeões... Quem adivinha? Sim, Rafael Nadal ainda não se sagrou campeão na Florida e, por isso, sua motivação pode ser ainda maior esse ano. Quanto ao touro ainda teremos aqui sua primeira apresentação em duplas ao lado de seu parceiro nos jogos olímpicos: Marcel Granollers.


No mundo do tênis há também uma espécie de status em fazer a dobradinha Indian Wells/Miami que significa em pontos o mesmo que um grand slam. Os jogadores em atividade a terem realizado tal feito são: Federer (2005, 06), Djokovic (2011) e Clijsters (2005). Fica anotado que as irmãs Williams não tiveram chance de fazer a famosa dobradinha pois desistiram de jogar em Indian Wells ainda no começo de suas carreiras, história contada num post anterior.

Esse ano, no masculino, podemos imaginar novamente uma semifinal dos sonhos, com o Quarteto Fantástico. Djokovic e Federer estão na chave de cima e confirmando o favoritismo se encontram na semi. Até lá o sérvio terá como principais adversários Ferrer e Del Potro. Na chave do suíço as coisas parecem bem mais tranquilas. O maior obstáculo, na minha opinião, poderá ser na estréia contra o local Ryan Harrison, e mais a frente talvez Roddick e Fish em péssima fase. Monfils também pode apertar um pouco.

Nas chaves de baixo temos Murray e Nadal. O britânico não teve uma boa sorte e está na mesma chave de Raonic, Berdych e Nalbandian, que são sempre duros na queda. Já no quarto de chave do espanhol poderíamos dizer que as coisas são tranquilas, não fosse pelo fato de que nas quartas ele pode encontrar Tsonga ou Isner. Aí pode pintar alguma complicação. Se for o francês acredito que Nadal leva num jogo duro. Mas se for o americano fica mais difícil prever. Isner já venceu Roger e Nole nesse ano, e vencer Nadal seria uma espécie de "tríplice coroa" pra conquistar espaço de vez. Isner também quase eliminou Rafa na primeira rodada de Roland Garros, no ano passado. Agora, imaginem uma semifinal entre Raonic e Isner??? Seria um jogo difícil de fazer uma devolução.


Na chave feminina finalmente as coisas devem se movimentar. No ímpeto de defender o título e prolongar sua invencibilidade, Azarenka está num quarto de chave relativamente fácil. Suas adversárias mais perigosas poderão ser Angelique Kerber e Marion Bartoli. Destaque aqui também para Alisa Kleybanova, que volta ao tênis após uma longa batalha contra o câncer, e já começou com vitória sobre Johanna Larson.



Logo abaixo, a principal favorita para enfrentar Vika numa semi é Petra Kvitova. Mas a Tcheca não teve tão boa sorte. Na primeira rodada vai encarar a tricampeã Venus, que depois de 8 meses parada estreou com vitória arrasadora, 6-0 e 6-3 sobre Date Krumm. Parece inacreditável que o sorteio tenha, por acaso, colocado Venus frente a frente com Date Krumm, depois do jogo super disputado que elas fizeram no ano passao em Wimbledon. Ainda nessa chave temos Radwanska, Zvonareva e Ivanovic como possíveis concorrentes.


A chave da morte vem a seguir. O tênis agressivo de Serena Williams, Kim Clijsters e Samantha Stosur estarão de volta junto com a sempre (não mais tão) regular Caroline Wozniacki e a revelação Crisitna McHale. Apesar de ser a cabeça de chave 4, a dinamarquesa com certeza não é a favorita nas apostas, mas terá aí uma chance de se reabilitar.

Na última chave Sharapova é amplamente favorita. Lisicki e Na li são cabeças de chave perigosas, mas o grande desafio poderá ser contra Mona Barthel na quarta rodada. Eu aposto que a russa avançará sem problemas até as semi motivada em defender os pontos da final do ano passado, sem falar que está em ótima fase. Depois pode se complicar diante Serena ou Clijsters.

Nas finais seria muito bom uma partida entre Azarenka e Serena ou Clijsters, porque daí teríamos Vika tentando manter seu domínio diante das maiores estrelas do tênis feminino atual. Mais emocionante que isso impossível. Vika venceu Clijsters num jogo apertado no Australian Open e perdeu para Srena no último confronto entre elas no US Open, portanto é de se esperar mais equilíbrio em qualquer uma das hipóteses.

No masculino seria bom mais um Federer x Nadal? Ou quem sabe Djokovic x Murray pra quebrar a rotina? Os nomes mais fortes pra atrapalhar a festa dos quatro primeiros são Delpo e Isner, que estão respectivamente nas chaves de Djokovic e Nadal, finalistas do ano passado.

Uma curiosidade no passado desse torneio:

Thomas Muster, é um dos maiores jogadores de saibro de todos os tempos. O austríaco detém alguns bons recordes do tênis, e seu número de títulos na terra batida ainda é superior ao de Rafael Nadal. Porém ao contrário do espanhol, Muster não conseguiu grandes feitos nas quadras duras. Em 1989, no entanto, quando ainda tinha apenas 4 anos como profissional, Muster chegou à final do torneio de Miami, na qual enfrentaria Ivan Lendl. Para sua infelicidade, na noite da véspera da partida, Muster foi atingido por um motorista bêbado e esse acidente o impossibilitou de disputar a decisão, além de deixa-lo meses numa cadeira de rodas. Essa foi a única vez na história que o título de Miami foi decidido por WO, no caso a favor de Lendl. Contra todas as probabilidades, o austríaco chegou à final novamente 8 anos depois, e levou o título, o seu mais importante em quadras duras, numa final contra o espanhol Sergi Bruguera, triunfando em sets diretos.

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