terça-feira, 13 de março de 2012

Indian Wells 2012

Começou quente o torneio californiano, e não é pra menos: o BNP Paribas Open, realizado na cidadezinha de 4000 habitantes no meio do deserto, é tanto o primeiro ATP 1000 quanto primeiro Premier Mandatory do ano, ou seja, vale 1000 pontos pros garotos e pras garotas. É a chance de começar com mais empolgação, e mostrar os dentes para os rivais logo de cara. O problema é que esse ano, uma praga contagiosa assolou o local e atingiu vários atletas. Davydenko nem entrou em quadra, Schiavonne abandonou seu jogo e até Kvitova pegou carona e justificou sua derrota com a tal infecção. Outras baixas se sucederam e Federer também declarou estar num misto de febre e resfriado.

No masculino, vejam só, Murray comprovou ser de fato o elo mais fraco do Quarteto Fantástico e foi batido de cara pelo Garcia Lopez. Temos que dar algum crédito ao espanhol que jogou acima do seu nível. Federer avançou tranquilo, mas foi acometido daquela viajadinha típica e, seu jogo que foi fácil, poderia ter sido mais fácil ainda. Agora ele tem dois desafios: recuperar sua saúde rapidamente, e encarar o canadense Milos Raonic. Jogo interessante porque a última derrota do suíço foi justamente para outro grande sacador, o Isner. Raonic é ainda mais perigoso porque além do saque, ele domina bem outro fundamentos e é mentalmente é focado, tem garra.

Nadal, após um longo hiato, voltou bem e passou fácil, assim como Nole. O sérvio teve mais trabalho, mas enfrentou um adversário melhor e embalado por título, Kevin Andreson. Uma grande surpresa foi o brasileiro Belucci que finalmente, depois de um ano, passou da terceira rodada de um torneio em quadra dura. Ok... contou com um abandono né? Mas não deve passar do próximo jogo (Federer ou Raonic). Um jogo muito interessante será o reencontro entre Berdych e Almagro. Já haverá certa tensão no ar entre os mais recentes desafetos do tenis e, nunca se sabe, pode acontecer uma bolada no rosto, uma provocações na hora de trocar de lado... vamos ver. Del Potro é outro que segue bem no ano. Meu palpite é que Djokovic, na chave de cima, chegua sem problemas à final, beneficiado pela eliminação precoce do Murray. Já na chave de baixo é mais difícil. Por ser um jogo melhor de 3 sets, Federer pode até eliminar o Nadal se estiver com 100% de saúde, embalado pela sequência positiva Roterdã/Dubai. Pesa a favor do espanhol que o piso de Indian Wells é um dos mais lentos das quadras duras.


Na chave feminina Kvitova mostrou que já tem alguma tradição em alternar campanhas incríveis com derrapadas na estréia. Mas essa amerciana, a McHalle, no ano passado já venceu a Wozniacki, portanto olho nela. Stosur, tsc tsc... a australiana mostra que quer descer a ladeira até encontrar Jankovic e, quem sabe, um dia, a Safina. Muito ruim pra quem venceu o US Open esse resultado. Destaque para o reencontro entre Azarenka e Radwanska, que jogam pela quarta vez esse ano, e poderão resolver suas diferenças na quadra. Esse jogo vai ser quente.


Sharapova está atropelando bem e Wozniacki avançando a duras penas. A dinamarquesa defende o título e uma derrota precoce pode leva-la mais pra baixo do top 10 (ela está apenas 400 pontos a frente da Radwanska). Eu aposto numa final equilibrada entre Radwanska e Sharapova. A polonesa mudando o ritmo e a russa castigando na pancadaria. O título pras garotas será importante pra credencia-las para Miami. Lá elas poderão encontrar as jogadoras mais experientes e vencedoras do circuito: Clijsters, Venus e Serena Williams.

Uma história polêmica protagonizada por essas 3:
Em 2001, Clijsters avançou para a final e esperava sua adversária do confronto entre Venus e Serena. Naquela época Venus era amplamente favorita mas, por desistência, foi Serena quem seguiu para a última rodada. A tal desistência gerou um burburinho de que Richard Williams, pai e treinador de ambas tenistas, pudesse estar manipulando os resultados entre elas. No dia da final, a torcida apoiou a belga que teve um começo de partida fulminante. Não bastasse isso, Richard foi vaiado fortemente quando entrou na arena, durante muito tempo. Reestabelecida a ordem, Serena, visivelmente ferida pelas vaias, virou o jogou, levou a taça e nunca mais voltou ao torneio. Nem ela nem sua irmã, que ainda acusaram os organizadores de racismo. Durante esses 10 anos, o torneio sofreu o desprestígio de não contar com nenhuma das irmãs Williams, que nesse período foram as jogadoras que mais títulos conquistaram (ao lado da própria Clijsters) e além de tudo são prata da casa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário