quinta-feira, 22 de março de 2012

Miami 2012



Considerado por muitos como o quinto Grand Slam, o torneio de Miami é realizado em KeyBiscayne num complexo que não deixa nada a desejar se comparado aos 4 majors. Ao lado destes, o também conhecido como Sony Ericsson Open, é o único com chaves superiores a 64 jogadores em simples: são 96 competidores no masculino e também no feminino, e mais 32 duplas em cada. As premiações beiram os 5 milhões de dólares, também para os homens e as mulheres, e é claro, 1.000 pontos no ranking. A exemplo de Indian Wells é um dos quatro que simultaneamente é ATP Masters 1.000 e Premier Mandatory. Por todos esses motivos, Miami é um dos torneios mais concorridos de toda temporada, sempre com a participação dos tops, e lugar onde a história do tênis é escrita e reescrita todos os anos.


Esse ano grandes campeões de Miami estarão em ação, na ordem de mais títulos eles são:
Serena Williams - 5 títulos (2002, 03, 04, 07, 08)
Venus Williams - 3 títulos (1998, 99, 01)
Roger Federer - 2 títulos (2005, 06)
Kim Clijsters - 2 títulos (2005, 10)
Novak Djokovic - 2 títulos (2007, 11)
Victoria Azarenka - 2 títulos (2009, 11)
Andy Roddick - 2 títulos (2004, 10)
e com 1 título - Andy Murray(2009), Nikolay Davydenko (2008) e Svetlana Kuznetsova (2006)

Como se pode notar os últimos anos foram dominados por poucos jogadores, o que leva a crer que em Miami os favoritos jogam com motivação ainda maior. Entre os jogadores acima apenas Murray e Davydenko nunca venceram um Grand Slam. Há uma ausência célebre nessa lista de campeões... Quem adivinha? Sim, Rafael Nadal ainda não se sagrou campeão na Florida e, por isso, sua motivação pode ser ainda maior esse ano. Quanto ao touro ainda teremos aqui sua primeira apresentação em duplas ao lado de seu parceiro nos jogos olímpicos: Marcel Granollers.


No mundo do tênis há também uma espécie de status em fazer a dobradinha Indian Wells/Miami que significa em pontos o mesmo que um grand slam. Os jogadores em atividade a terem realizado tal feito são: Federer (2005, 06), Djokovic (2011) e Clijsters (2005). Fica anotado que as irmãs Williams não tiveram chance de fazer a famosa dobradinha pois desistiram de jogar em Indian Wells ainda no começo de suas carreiras, história contada num post anterior.

Esse ano, no masculino, podemos imaginar novamente uma semifinal dos sonhos, com o Quarteto Fantástico. Djokovic e Federer estão na chave de cima e confirmando o favoritismo se encontram na semi. Até lá o sérvio terá como principais adversários Ferrer e Del Potro. Na chave do suíço as coisas parecem bem mais tranquilas. O maior obstáculo, na minha opinião, poderá ser na estréia contra o local Ryan Harrison, e mais a frente talvez Roddick e Fish em péssima fase. Monfils também pode apertar um pouco.

Nas chaves de baixo temos Murray e Nadal. O britânico não teve uma boa sorte e está na mesma chave de Raonic, Berdych e Nalbandian, que são sempre duros na queda. Já no quarto de chave do espanhol poderíamos dizer que as coisas são tranquilas, não fosse pelo fato de que nas quartas ele pode encontrar Tsonga ou Isner. Aí pode pintar alguma complicação. Se for o francês acredito que Nadal leva num jogo duro. Mas se for o americano fica mais difícil prever. Isner já venceu Roger e Nole nesse ano, e vencer Nadal seria uma espécie de "tríplice coroa" pra conquistar espaço de vez. Isner também quase eliminou Rafa na primeira rodada de Roland Garros, no ano passado. Agora, imaginem uma semifinal entre Raonic e Isner??? Seria um jogo difícil de fazer uma devolução.


Na chave feminina finalmente as coisas devem se movimentar. No ímpeto de defender o título e prolongar sua invencibilidade, Azarenka está num quarto de chave relativamente fácil. Suas adversárias mais perigosas poderão ser Angelique Kerber e Marion Bartoli. Destaque aqui também para Alisa Kleybanova, que volta ao tênis após uma longa batalha contra o câncer, e já começou com vitória sobre Johanna Larson.



Logo abaixo, a principal favorita para enfrentar Vika numa semi é Petra Kvitova. Mas a Tcheca não teve tão boa sorte. Na primeira rodada vai encarar a tricampeã Venus, que depois de 8 meses parada estreou com vitória arrasadora, 6-0 e 6-3 sobre Date Krumm. Parece inacreditável que o sorteio tenha, por acaso, colocado Venus frente a frente com Date Krumm, depois do jogo super disputado que elas fizeram no ano passao em Wimbledon. Ainda nessa chave temos Radwanska, Zvonareva e Ivanovic como possíveis concorrentes.


A chave da morte vem a seguir. O tênis agressivo de Serena Williams, Kim Clijsters e Samantha Stosur estarão de volta junto com a sempre (não mais tão) regular Caroline Wozniacki e a revelação Crisitna McHale. Apesar de ser a cabeça de chave 4, a dinamarquesa com certeza não é a favorita nas apostas, mas terá aí uma chance de se reabilitar.

Na última chave Sharapova é amplamente favorita. Lisicki e Na li são cabeças de chave perigosas, mas o grande desafio poderá ser contra Mona Barthel na quarta rodada. Eu aposto que a russa avançará sem problemas até as semi motivada em defender os pontos da final do ano passado, sem falar que está em ótima fase. Depois pode se complicar diante Serena ou Clijsters.

Nas finais seria muito bom uma partida entre Azarenka e Serena ou Clijsters, porque daí teríamos Vika tentando manter seu domínio diante das maiores estrelas do tênis feminino atual. Mais emocionante que isso impossível. Vika venceu Clijsters num jogo apertado no Australian Open e perdeu para Srena no último confronto entre elas no US Open, portanto é de se esperar mais equilíbrio em qualquer uma das hipóteses.

No masculino seria bom mais um Federer x Nadal? Ou quem sabe Djokovic x Murray pra quebrar a rotina? Os nomes mais fortes pra atrapalhar a festa dos quatro primeiros são Delpo e Isner, que estão respectivamente nas chaves de Djokovic e Nadal, finalistas do ano passado.

Uma curiosidade no passado desse torneio:

Thomas Muster, é um dos maiores jogadores de saibro de todos os tempos. O austríaco detém alguns bons recordes do tênis, e seu número de títulos na terra batida ainda é superior ao de Rafael Nadal. Porém ao contrário do espanhol, Muster não conseguiu grandes feitos nas quadras duras. Em 1989, no entanto, quando ainda tinha apenas 4 anos como profissional, Muster chegou à final do torneio de Miami, na qual enfrentaria Ivan Lendl. Para sua infelicidade, na noite da véspera da partida, Muster foi atingido por um motorista bêbado e esse acidente o impossibilitou de disputar a decisão, além de deixa-lo meses numa cadeira de rodas. Essa foi a única vez na história que o título de Miami foi decidido por WO, no caso a favor de Lendl. Contra todas as probabilidades, o austríaco chegou à final novamente 8 anos depois, e levou o título, o seu mais importante em quadras duras, numa final contra o espanhol Sergi Bruguera, triunfando em sets diretos.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Balanço de Indian Wells - feminino

Quando a número 1 e a número 2 do ranking decidem uma final, pode parecer a princípio que não houve muita novidade e o óbvio se desenrolou naturalmente. Mas vejamos...


Na final, realmente, nenhuma novidade. Mais uma vez Victoria Azarenka bateu Maria Sharapova. O restrospecto entre elas está 5 a 3 a favor da bielo-russa. Mas em finais um massacre: 4 partidas e quatro vitórias de Azarenka sem perder set. Apesar de ser um grande fã da russa, devo admitir que hoje Sharapova não possui um grande repertório para encarar a número 1 do mundo. Maria é muito eficiente em colocar um jogo pesado na quadra, e assim atropela a maioria das rivais, mas não utiliza de muitas mudanças táticas e técnicas contra grandes rivais. Nesses últimos anos ela foi presa fácil para Serena Williams, Kim Clijsters, Caroline Wozniacki e para a própria Azarenka. É triste dizer isso mas, na minha opinião, Petra Kvitova é mais habilitada hoje em dia para ocupar o segundo posto no ranking e, definitivamente, é quem tem mais condições de bater Azarenka nas quadras.


Enquanto isso a Alemanha mostra que a safra é boa e, além de Andrea Petkovic e Sabine Lisicki, podem contar também com o talendo de Angelique Kerber, Mona Barthel e (um pouco mais atrás) Julia Goerges. Barthel foi eliminada na segunda rodada, é verdade. Mas por pouco não venceu Azarenka que teve que suar para superar a germânica no tie break do terceiro set! Já Kerber repetiu a consistência que a tem levado a grandes resultados como a semi do US Open e o título indoors em Paris: avançou até a semi caindo também diante de Azarenka, a exemplo de Goerges que foi até a terceira rodada. Quem pensou (como eu) que haveria emoção no reencontro da bielo-russa com Radwanska se decepcionou. A polonesa não conseguiu ser agressiva o suficiente e por pouco não foi embora de bicicleta. Mas os bons resultados continuam e Aga atingiu pelo menos quartas de final em todos os torneios disputados nesse ano. É interessante pensar que ela está, digamos, semi-invicta nesse ano, visto que perdeu apenas pra uma jogadora... 4 vezes.

Na chave de baixo o destaque vai para o reencontro entre Ivanovic e os bons resultados: eliminou Wozniacki, e só foi cair na semi, diante de Sharapova, num jogo que estava duro mas que a sérvia acabou abandonando por contusão. Wozniacki por sua vez continua descendo a ladeira, e foi parar no sexto lugar do ranking. Maria Kirilenko estava fazendo uma ótima campanha... Eis que no jogo contra Sharapova ela adotou a estranha tática de bater com a raquete no chão várias vezes para quebrar a concentração da rival: levou advertência, perdeu o ponto e ainda teve que ouvir da compatriota que ela estava no esporte errado.


E por falar em russas, a decadência se apossou de vez de Svetlana Kuznetsova. Os resultados decepcionantes e as campanhas apagadas já fazem com que circule o boato de uma possível aposentadoria da bi campeã de slams. É difícil pra russa até mesmo incomodar as grandes jogadoras, a não ser na Fed Cup, onde ela coloca mais garra e determinação no jogo.

As expectativas para Miami ficam por conta da volta das Williams, de Clijsters e da recém recuperada de um cancêr linfático, a guerreira Alisa Kleybanova. Vika, no auge da autoconfiança, tentará manter sua invencibilidade na temporada. Será que ela consegue?

Balanço de Indian Wells - masculino

Após mais de uma semana de competição, enfrentando adversários motivados no primeiro ATP 1000 do ano, um vírus que ataca o estômago, chuvas e fortes ventos da Califórina, Roger Federer emergiu como grande campeão de Indian Wells. Mas as impressões gerais que o torneio deixou são de que o ano será muito mais acirrado em competitividade do que 2011.


Entre as apresentações mais notáveis, além dos favoritos, se destacaram John Isner e David Nalbandian. O argentino, que até então se configurava como 74º do mundo, despachou dois top 10 (Tipsarevic e Tsonga) e por dois pontos não eliminou também o segundo do ranking, Rafael Nadal. O americano não fez por menos e eliminou o número 1, Djokovic. Enquanto Nalbandian é amplamente reconhecido por um jogo habilidoso e cheio de recursos, o americano só agora dá sinais de ter evoluído os outros fundamentos além do saque. Mas quebrar o serviço de Isner continua sendo um suplício. Na final de domingo, o gigante manteve seu serviço sem problemas no primeiro set e até conseguiu algumas boas trocas no fundo da quadra. Mas não o suficiente para conseguir uma quebra, já que Federer também estava sacando muito. No tie break a pouca experiência de Isner pesou e ele perdeu a chance de sair na frente. No segundo set o ritmo do americano caiu e a superioridade técnica de Federer prevaleceu. Duas quebras e título para o suíço. De qualquer maneira, esses resultados sugerem que os 4 primeiros não devem se preocupar somente uns com os outros... Pelo menos um veterano e outro estreante em top 10 podem aprontar grandes zebras daqui pra frente.



Almagro conseguiu dar o troco em Berdych, o que de certa forma é surpeendente para o espanhol, especialista em saibro, fazer uma partida boa contra um adversário tão duro de se bater nas quadras rápidas. Del Potro também mostrou bom desempenho, mas o que mais impressionou foi a sequência de seu calvário diante de Federer, algoz que impôs a quarta derrota seguida no ano, sem ceder ao menos um set. Se o argentino quiser sonhar com vôos maiores terá que tirar do fundo da memória uma maneira de incomodar os cachorrões como ele fez no fim de 2008.


Falar da fase do suíço seria surpreendente não fosse pelo fato de ele ser Roger Federer. Sua defesa está mais rápida e apurada, o jogo continua agressivo, o saque num ótimo nível, regularidade e mental mais fortes. O título coloca Federer em posição de brigar pelo número 2 já em Miami, e futuramente pelo 1 do ranking, para tirar aquela semaninha que faltou para bater o recorde de Pete Sampras. O suíço venceu o último APT 1000 do ano passado e o primeiro desse ano, alcançando o recorde de 19 torneios desse porte ao lado de Nadal. O espanhol também promete... Jogando pela primeira vez desde o Australian Open ele chegou à semi em simples, levou o título em duplas e deu mostras de estar num melhor ritmo. Não ter chegado à final fez com que Rafa perdesse alguns pontos, mas perdeu mais Novak Djokovic que defendia o título. A vantagem ainda é mais que confortável mas Nole demonstrou uma queda de produção. Estaria ele guardando tudo para Roland Garros e para as olimpíadas? Talvez, mas até o fim do ano o sérvio ainda tem muito a defender, e outra bobeada pode deixar a briga pela liderança mais quente e imprevisível.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Belucci, quem diria!

Quem assistiu às últimas apresentações do número 1 do Brasil, dificilmente imaginava que ele teria qualquer chance de dar trabalho ao número 3 do mundo e atual campeão de Dubai e Roterdã, Roger Federer. Porém, ontem o que se viu foi uma partida parelha com chances para ambos jogadores. Surpreendente! Desde que alcançou a semi final de Madri no ano passado, Belucci colecionou eliminações na estréia aos montes, viradas vexaminosas e partidas apagadas. Teria ele se empolgado pelo holofote que um partida dessas naturalmente traz? Eu acredito que esse é um fator de grande peso. Até hoje, o brasileiro nunca fez uma apresentação desastrosa diante dos 4 melhores do mundo.

Confesso que não sou ainda um grande fã do Thomaz. Quando vi a elpolgação que ele causou no ano passado após a campanha de Madri, me deu um misto de curiosidade e desconfiança. É que na verdade muitos jogadores medianos ou ruins já fizeram um bom torneio algum dia na carreira. Botei na cabeça que se nos próximos 3 torneios ele conseguisse mais algum resultado interessante, então aí sim ele seria digno da minha torcida. Mas o resto da histórias foi apenas de desastres. Bom... Tá certo que Roger não jogou nem perto do seu melhor, e que aparentemente está incomodado com problemas de saúde. Mas a postura do brasileiro foi muito positiva. Com essa atitude ele poderia ter vencido alguns dos outros quadrifinalistas que estão por aí, como o Simon, talvez.

Esse resultado de ontem pode alçar Belucci a um estado de espírito, de competitividade maior e melhorar sua cabeça. Foi como se ele pudesse espiar que tipo de resultados ele seria capaz caso jogasse mais perto do seu maior nível. Ainda penso que para chamar a atenção ele precisa de uma sequência, e já estou novamente curioso (embora ainda desconfiado) para sua participação em Miami. Vejamos.

terça-feira, 13 de março de 2012

Indian Wells 2012

Começou quente o torneio californiano, e não é pra menos: o BNP Paribas Open, realizado na cidadezinha de 4000 habitantes no meio do deserto, é tanto o primeiro ATP 1000 quanto primeiro Premier Mandatory do ano, ou seja, vale 1000 pontos pros garotos e pras garotas. É a chance de começar com mais empolgação, e mostrar os dentes para os rivais logo de cara. O problema é que esse ano, uma praga contagiosa assolou o local e atingiu vários atletas. Davydenko nem entrou em quadra, Schiavonne abandonou seu jogo e até Kvitova pegou carona e justificou sua derrota com a tal infecção. Outras baixas se sucederam e Federer também declarou estar num misto de febre e resfriado.

No masculino, vejam só, Murray comprovou ser de fato o elo mais fraco do Quarteto Fantástico e foi batido de cara pelo Garcia Lopez. Temos que dar algum crédito ao espanhol que jogou acima do seu nível. Federer avançou tranquilo, mas foi acometido daquela viajadinha típica e, seu jogo que foi fácil, poderia ter sido mais fácil ainda. Agora ele tem dois desafios: recuperar sua saúde rapidamente, e encarar o canadense Milos Raonic. Jogo interessante porque a última derrota do suíço foi justamente para outro grande sacador, o Isner. Raonic é ainda mais perigoso porque além do saque, ele domina bem outro fundamentos e é mentalmente é focado, tem garra.

Nadal, após um longo hiato, voltou bem e passou fácil, assim como Nole. O sérvio teve mais trabalho, mas enfrentou um adversário melhor e embalado por título, Kevin Andreson. Uma grande surpresa foi o brasileiro Belucci que finalmente, depois de um ano, passou da terceira rodada de um torneio em quadra dura. Ok... contou com um abandono né? Mas não deve passar do próximo jogo (Federer ou Raonic). Um jogo muito interessante será o reencontro entre Berdych e Almagro. Já haverá certa tensão no ar entre os mais recentes desafetos do tenis e, nunca se sabe, pode acontecer uma bolada no rosto, uma provocações na hora de trocar de lado... vamos ver. Del Potro é outro que segue bem no ano. Meu palpite é que Djokovic, na chave de cima, chegua sem problemas à final, beneficiado pela eliminação precoce do Murray. Já na chave de baixo é mais difícil. Por ser um jogo melhor de 3 sets, Federer pode até eliminar o Nadal se estiver com 100% de saúde, embalado pela sequência positiva Roterdã/Dubai. Pesa a favor do espanhol que o piso de Indian Wells é um dos mais lentos das quadras duras.


Na chave feminina Kvitova mostrou que já tem alguma tradição em alternar campanhas incríveis com derrapadas na estréia. Mas essa amerciana, a McHalle, no ano passado já venceu a Wozniacki, portanto olho nela. Stosur, tsc tsc... a australiana mostra que quer descer a ladeira até encontrar Jankovic e, quem sabe, um dia, a Safina. Muito ruim pra quem venceu o US Open esse resultado. Destaque para o reencontro entre Azarenka e Radwanska, que jogam pela quarta vez esse ano, e poderão resolver suas diferenças na quadra. Esse jogo vai ser quente.


Sharapova está atropelando bem e Wozniacki avançando a duras penas. A dinamarquesa defende o título e uma derrota precoce pode leva-la mais pra baixo do top 10 (ela está apenas 400 pontos a frente da Radwanska). Eu aposto numa final equilibrada entre Radwanska e Sharapova. A polonesa mudando o ritmo e a russa castigando na pancadaria. O título pras garotas será importante pra credencia-las para Miami. Lá elas poderão encontrar as jogadoras mais experientes e vencedoras do circuito: Clijsters, Venus e Serena Williams.

Uma história polêmica protagonizada por essas 3:
Em 2001, Clijsters avançou para a final e esperava sua adversária do confronto entre Venus e Serena. Naquela época Venus era amplamente favorita mas, por desistência, foi Serena quem seguiu para a última rodada. A tal desistência gerou um burburinho de que Richard Williams, pai e treinador de ambas tenistas, pudesse estar manipulando os resultados entre elas. No dia da final, a torcida apoiou a belga que teve um começo de partida fulminante. Não bastasse isso, Richard foi vaiado fortemente quando entrou na arena, durante muito tempo. Reestabelecida a ordem, Serena, visivelmente ferida pelas vaias, virou o jogou, levou a taça e nunca mais voltou ao torneio. Nem ela nem sua irmã, que ainda acusaram os organizadores de racismo. Durante esses 10 anos, o torneio sofreu o desprestígio de não contar com nenhuma das irmãs Williams, que nesse período foram as jogadoras que mais títulos conquistaram (ao lado da própria Clijsters) e além de tudo são prata da casa.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O Quarteto Fantástico da ATP



Não é de hoje que os mesmos quatro heróis ocupam o topo do ranking da ATP. Após seguidos anos de tamanho domínio, os fãs apelidaram carinhosamente Federer, Nadal, Djokovic e Murray, entre outros apelidos, de Quarteto Fantástico. Eles dominam as semifinais dos Grand Slams e no ano passado esse grupo venceu todos os torneios de 1000 pontos. As façanhas são inúmeras... Mas e se comparássemos os nossos heróis das quadras com aqueles dos quadrinhos? Quem seria quem?



Senhor Fantástico - Roger Federer
A primeira qualidade de Reed Richards (Senhor Fantástico) é a genialidade. E nenhum outro jogador acolhe melhor tal adjetivo quanto Federer, chamado rotineiramente de maestro, mágico e gênio. Mas muitas outras características permitem identificar o suíço com o herói. Reed é o líder de seu grupo por diversos motivos tais como: sua experiência em combate, sua inteligência acima do normal e a capacidade de esticar e moldar o corpo, que o tronam versátil nas diversas situações que o grupo encara. Também Federer é o mais experinte, conhecido por uma uma grande variedade de jogadas equiparável à elasticidade do Senhor Fantástico. E ainda pode ser considerado o mais versátil dos jogadores, principalmente quando comparamos, piso a piso, o aproveitamento de cada tenista. Federer alcança os níveis mais altos na quadra dura, no rebound ace, na grama, no saibro e no carpete. A versatilidade também se evidencia ao notarmos que o suíço é o único jogador, em todos os tempos, a ter feito pelo menos cinco finais em cada Grand Slam. Ademais Federer, tal como Reed, é visto como líder de sua geração. O respeito dentro e fora das quadras conquistado é tamanho, que ele foi considerado a segunda pessoa mais confiável do mundo atrás apenas de Nelson Mandela. A fundação de Federer, que ajuda crianças na África do Sul, é prova do seu desejo de ajudar o mundo a ser um lugar melhor, assim como o líder do Quarteto Fantástico, um dos mais confiáveis dentre todos os heróis da Marvel Comics.


Coisa - Rafael Nadal
Talvez a comparação mais adequada. O herói de pedra do querteto se destaca pelo seu espírito de luta, que explode no seu grito de guerra: "É hora do pau!!". Benjamin Grinn (Coisa) entra em qualquer batalha com total disposição, de peito aberto pronto pra levar, mas muito mais disposto a bater! Até mesmo as caras, a esticadinha na boca que o espanhol faz após ganhar um longo rally lembra o jeito do mais forte herói do quarteto. O Coisa aparentemente não tem medo de adversário algum e passa a ser determinante nas batalhas devido à sua enorme resistência, força e determinação. O próprio Rafa tem o apelido de "touro" devido a essas mesmas qualidades. É facilmente o jogador mais resistente dos últimos anos e seu golpes tem uma força absurda. Acompanhando o Coisa, Nadal é dotado de uma determinação lendária e não se intimida por qualquer batalha. Ao dizer que não abandovava as quartas do Australian Open nem cagando, Nadal encarnou a essência do heróis de pedra. A exemplo de Roger, Rafa também tem uma fundação dedicada à filantropia, mostrando que seu heroísmo não mora apenas na sua grande força.



Tocha Humana - Novak Djokovic
Outro herói que casa direitinho com seu equivalente no tênis. Jhonny Storm é o membro mais irreverente do Quarteto Fantástico. Ele ama a fama e o status que seus poderes trouxeram. Mesmo com a árdua missão de salvar o mundo, ele aproveita ao máximo a vida. Aliás, aproveita muito mais e está quase sempre de bom humor, fazendo piadas com os vilões, desfilando com celebridades e muito satisfeito em poder se lançar a altos vôos. Nem precisa dizer nada né... Nole é certamente um dos atletas mais engraçados e bem humorados da atualidade. Suas imitações de Nadal, Roddick, Federer e Sharapova já arrancaram muitas risadas mundo afora. Quem nunca viu o vídeo que ele fez na Austrália com a vencedora da versão local do "Dancing with the Stars"? Ou mesmo ele dançando trajado de Shakira, como no videoclip the Gypsy? Nole é um cara de bem com a vida e, até bem pouco tempo, estava sempre pronto pra tirar uma piada do forno. Mas o que mais identifica o sérvio ao Tocha Humana é a sua capacidade de botar fogo nas partidas. Hoje em dia os melhores jogos entre o quarteto são com a presença de Novak. E nem precisa de tanto. Uma primeira rodada contra Berloq no US Open tinha tudo pra ser um jogo desinteressante. Mas Djokoshow fez o ingreso valer ouro quando entrou determinado a passar pelo argentino com triplo 6-0. Jogadas geniais incendiaram a torcida e no fim, um adversário incinerado. Nada mais apropriado pro Tocha Humana da ATP.



Mulher Invisível - Andy Murray
Ok, num primeiro momento a comparação parece bastante pejorativa. Mas se olharmos além da evidente diferença de gênero entre a heroína e o inglês podemos traçar alguns paralelos notáveis (além do que não há o que se fazer, pois a formação do Quarteto é essa). Susan Storm é corajosa, decidida e já deu cabo de muitos vilões do Quarteto Fantástico. No entento, nas horas mais decisivas, no extremo perigo, ela faz aquilo que seu poder lhe permite: some. Devido a tal poder Susan, apesar de ser uma importante engrenagem do grupo, é muitas vezes vista como coadjuvante dos demais, e o elo mais fraco da corrente. Ninguém precisa repetir que Murray é um senhor jogador, todo mundo já sabe. Mas nos momentos mais decisivos da sua carreira, ou seja, quando atingiu as finais de Grand Slams e teve a chance de encerrar o jejum inglês, ele simplesmente sumiu. Foram 3 finais (2 contra Federer e 1 contra Nole) e nenhum set vencido. Murray, portanto, parece compartilhar do poder de desaparecer de Susan. E quanto a ser o elo mais fraco, vejamos:
Grand Slams - Federer (16), Nadal (10) Nole (5) e Murray (0).
ATP Finals - Federer (6), Nole (1), Nadal (uma final) e Murray (apenas semi).
Em olimpíadas Nadal e Federer já puseram ouro no peito, Nole um bronze e Murray???? Nadica. O espanhol e o sérvio já levaram a Copa Davis e Murray? Nunca.
Federer já conquistou a Copa Hopman e Murray? Never again.
Os três já venceram o Laureus e Murray?? Nicht.
Billie Jean King Cup, Na Li & Friends, Diamond Games, torneio de exibição de Hong Kong...
não, não e não! O inglês definitivamente ainda não escreveu seu nome em letras maiúsculas na história. Mas se ele é um dos integrantes do quarteto, é por que ainda assim é um dos jogadores mais perigosos em quadra hoje em dia. Murray ainda é um grande vencedor de Masters 1000, e seu primeiro Slam pode pintar a qualquer hora.